Dor de cabeça diária: como lidar?

A cefaleia crônica diária atinge cerca de 3 a 5% da população adulta mundial e, geralmente, a dor de cabeça é incapacitante e dura por longos períodos. Por esse motivo, esse tipo de cefaleia é a segunda causa mais comum de atendimentos neurológicos ambulatoriais.¹

Pela frequência do quadro e por ter características pontuais por grupos de pessoas, a cefaleia crônica diária recebeu subtipos de classificação. Os casos mais frequentes ficam em torno de: enxaqueca transformada, cefaleia tensional crônica e hemicrânia contínua.^1,2

Qual a diferença dos tipos de cefaleia crônica diária?

É importante pontuar que um quadro de dor de cabeça só passa a ser considerado cefaleia crônica diária se acontecer por pelo menos 15 vezes durante um período mínimo de 3 meses. A diferença entre os tipos de cefaleia crônica diária são:

• Enxaqueca transformada: é caracterizada por pacientes que começaram com um quadro de enxaqueca episódica (com ou sem aura) quando jovens, depois tiveram episódios mais frequentes dessa doença. Quando chegaram à idade adulta (30-40), a situação mudou para uma cefaleia diária ou quase diária, com características de enxaqueca e de dor de cabeça tensional.²


• Cefaleia tensional crônica: são as dores de cabeça que acontecem com a frequência mínima de 15 dias de dor por mês durante 6 meses. Nesse quadro, a característica da dor é ser do estilo de pressão ou aperto, de intensidade leve a moderada (não impeditiva) e pode estar associada à náusea leve, fotofobia ou fonofobia.²


• Hemicrânia contínua: são crises intensas de dor de cabeça unilateral, com frequência variada. Tem semelhanças com a enxaqueca como aversão a luzes, barulhos, náuseas e/ou vômitos e também podem ocorrer queda da pálpebra, olhos avermelhados e lacrimejantes.³

Os tipos de cefaleia crônica são diversos, esses só são alguns dos casos mais recorrentes em consultas. Inclusive, os gatilhos também podem ser muitos, porém, alguns estímulos são mais frequentes nesse quadro.³

Quais os possíveis estímulos para o aparecimento da cefaleia crônica diária?

Apesar destes fatores não serem uma regra para o desenvolvimento de cefaleia crônica diária, podem ser comuns em indivíduos que sofrem com essa doença. Como:

• distúrbios reumatológicos ou ortopédicos


• ser do sexo feminino


• uso excessivo de remédios


• depressão


• ansiedade


• obesidade


• consumo exagerado de bebidas com cafeína.¹

A identificação desses possíveis fatores já é um passo para conseguir melhorar os episódios de dor de cabeça, uma vez que, como são estímulos, ao eliminá-los, a dor tende a melhorar e a frequência dos casos também.

Qual o tratamento para a cefaleia crônica diária?

A automedicação é um fator comum em pessoas que sofrem com essa doença, sendo uma das principais causas que aumentam a intensidade da dor. O uso abusivo de remédios pode causar o efeito rebote, piorando-a ao invés de resolvê-la. Para que o tratamento da doença seja efetivo, o primeiro passo é não fazer a automedicação e procurar um médico neurologista.¹

Somente um profissional pode indicar o melhor tratamento que vai fazer com que o quadro da dor diminua ou acabe. Mesmo que o indicado por ele seja também o medicamentoso, é importante pontuar que, com a assistência, os remédios serão direcionados e na dosagem certa para o tipo de dor de cabeça diagnosticado.

Para potencializar o tratamento e melhorar as condições de saúde, também é recomendado ter uma rotina mais ativa, com exercícios físicos, consumo ideal de água e uma alimentação saudável. Dessa maneira, é possível ter uma melhora tanto física, quanto mental, essenciais para ter uma vida sem dor de cabeça e repleta de bons momentos.