Dipirona: como funciona, para que serve e como tomar?

Presente em diversos tipos de medicamentos, a dipirona é uma substância com ação analgésica e antitérmica, amplamente usada no Brasil, bem como em outros países, para alívio de dores leves ou moderadas, além de ajudar no controle da febre e combate a reflexos espasmódicos. ¹

Pertencente a classe dos anti-inflamatórios não esteroides, cujo mecanismo de ação é baseado exatamente na redução do inchaço nas áreas afetadas, o remédio se diferencia dos demais fármacos do gênero por não lesionar o estômago e os rins. ¹

Apesar desse ponto positivo, seu uso requer cuidado e acompanhamento médico para não causar efeitos adversos.  ¹

Nesse post, vamos entender melhor o que é, para que serve e quando a dipirona é mais indicada, além de tirar as principais dúvidas em torno dessa substância. Aproveite a leitura!

O que é dipirona?

Também chamada de metamizol, a dipirona é um fármaco com ação antipirética, analgésica e antiespasmódica. Seu uso costuma ser indicado para tratar quadros que envolvem febre, dor generalizada e cólicas. ¹

Apesar de ser considerada um AINE, anti-inflamatório não esteroide, seu potencial para tratar doenças inflamatórias é menor do que outros fármacos do gênero. Assim, não é tão indicada para problemas de artrite e reumatismo, por exemplo. ¹

Para que dipirona serve?

Com base nos efeitos descritos, podemos afirmar que a dipirona serve para aliviar a sensação de dor, controlar espasmos que provocam desconforto pulsante, como cólicas e enxaquecas, e manter a febre sob controle. ¹

Dessa forma, é usada com frequência no tratamento das seguintes condições ¹:

• gripes;

• resfriados;

• tratamento de dores pós-cirúrgicas;

• enxaquecas e cefaleias;

• cólicas renais, intestinais e uterinas;

• dores por lesões traumáticas;

• inflamações secundárias do ouvido e sistema respiratório;

• dor de dente.

Certos tipos de medicamentos podem contar com a dipirona em sua fórmula, combinada a outras substâncias para tratamentos específicos. ¹

Como exemplo disso, podemos citar os antigripais, que a utilizam para aliviar dores e baixar a febre, ao mesmo tempo que contêm compostos com ação antialérgica e descongestionante, que atuam contra a coriza, tosse, irritação de garganta, congestão nasal e sintomas similares. ¹

Esse medicamento é seguro?

Como qualquer medicamento, a dipirona exige cuidados ao ser administrada no tratamento de dores, febre e cólicas, pois é capaz de gerar reações alérgicas e reações indesejadas no paciente. Seu uso é considerado seguro, desde que realizado nas condições adequadas, sob orientação médica. ¹

Ela é contraindicada em caso de histórico de ¹:

• alergia à dipirona;

• urticárias;

• angioedemas;

• crises asmáticas induzidas por analgésicos;

• doença na medula óssea;

• deficiência congênita;

• porfiria hepática aguda.

Apesar de provocar poucos efeitos colaterais significantes, exceto em casos de reações alérgicas mais sérias, com risco de choque anafilático, é preciso ficar atento à ocorrência de agranulocitose após tomar a dipirona. ¹

Essa condição, que decorre de uma diminuição severa do número de glóbulos brancos no organismo, é relatada por alguns pacientes. O quadro provoca um enfraquecimento das defesas do sistema imunológico, que perde temporariamente a capacidade de combater infecções. ¹

Alguns países baniram o uso da dipirona por conta desse efeito, mas ela continua presente em muitos outros, inclusive no Brasil, porque não se sabe exatamente qual a ligação entre a substância a agranulocitose. Além disso, ela não é a única que pode provocar essa reação. ¹

Diferença entre dipirona sódica e monoidratada

Tanto a dipirona sódica quanto a monoidratada se referem ao mesmo fármaco, com os mesmos efeitos. São apenas nomenclaturas diferentes para uma mesma substância, portanto, não é relevante a separação entre elas, do ponto de vista do paciente. ¹

Outras dúvidas comuns

Depois de abordar a aplicação, as contraindicações e o mecanismo de ação da dipirona, vamos tirar algumas dúvidas comuns sobre o medicamento. Confira!

Grávidas podem tomar dipirona?

Uma das principais contraindicações da dipirona envolve seu uso durante a gestação. Por isso, grávidas não devem usar o fármaco, apenas sob orientação expressa do médico que acompanha o crescimento do bebê. ¹

Posso dar dipirona para cachorros e gatos?

A mesma aplicação da dipirona como analgésico e antipirético também serve para cães e gatos. No entanto, é importante ser orientado pelo veterinário para determinar a dose segura do medicamento para animais de estimação. ²

Posso tomar dipirona se estiver com dengue ou suspeita?

A dipirona pode ser usada em caso de suspeita de dengue, diferentemente do ácido acetilsalicílico, conhecido popularmente como aspirina, que é um medicamento contraindicado para o tratamento da doença, por ser capaz de elevar o risco de hemorragias. ²

Quanto tempo demora para a dipirona fazer efeito?

De maneira geral, a dipirona leva de 30 minutos a uma hora para ter o efeito desejado, no entanto, é importante fazer algumas ressalvas. Assim que é ingerida, suas moléculas já começam a ser processadas e absorvidas pelo organismo. Cada corpo conclui essa etapa no seu tempo e pode haver diferenças de um remédio para outro. ²

Dipirona abaixa a pressão?

Um efeito colateral comum da dipirona é a queda de pressão. Porém, isso afeta principalmente pessoas que estão desidratadas ou que apresentam ritmo cardíaco alterado, como casos de arritmia. ²

Por não ser uma ação recorrente e consistente, é importante ressaltar que não é recomendado usar a dipirona para controle da hipertensão. ²

Conclusão

A dipirona segue como um dos analgésicos e antipiréticos mais usados no Brasil e no mundo, apesar de ser controversa e até banida de alguns países, por conta do risco de agranulocitose. ¹

Mesmo assim, a tolerância elevada e o baixo índice de efeitos colaterais favorecem o seu uso, principalmente se comparada a outros fármacos, como o já mencionado ácido acetilsalicílico. ¹

De qualquer forma, antes de usá-la no tratamento de dores, febre, cólicas e outros problemas de saúde, é essencial ler a bula do remédio e consultar o médico ou farmacêutico.  ¹

Antes de finalizar o post, vale ressaltar que a automedicação deve ser evitada sempre que possível, mesmo que a dipirona esteja entre os fármacos de venda livre, que não necessitam de receita para compra.

Com isso, vamos ficando por aqui. Esperamos que tenha apreciado o conteúdo e aprendido um pouco mais sobre esse composto. Até a próxima!