Enxaqueca: uma das mais temidas dores de cabeça

Importante, antes de mais nada, diferenciar os tipos de dor de cabeça, em que na primária a dor de cabeça é o problema a ser tratado e é derivado de várias situações e, na secundária, a dor de cabeça é o sintoma de outras doenças.¹

Apesar de a enxaqueca ter a dor de cabeça como sintoma, ele não é o único. Em sua maioria, os sintomas podem ser incapacitantes, tornando a enxaqueca muito temida pelas pessoas. Quem já teve um episódio, conhece bem o quanto pode ser doloroso.

Ah! Ainda tem o detalhe: a enxaqueca acontece de duas a três vezes mais em mulheres do que em homens.^2,3

Por que a enxaqueca acontece?

A enxaqueca, também conhecida como cefaleia migrânea, é uma doença que pode acontecer em qualquer idade, mas costuma se manifestar ainda mais em adolescentes e jovens adultos.²

Não existe uma causa específica para a enxaqueca. O que pode desencadeá-la são alguns estímulos, entre eles:

• estresse

• insônia

• jejum prolongado

• cafeína em excesso

• alto consumo de bebida alcoólica

• chocolate e queijos fortes

• tabagismo

• alterações hormonais

• alguns cheiros específicos.²

Quando esses estímulos passam para o quadro de enxaqueca, diversos sintomas podem aparecer, além da dor de cabeça, uma vez que ela é somente um deles, como a aura.

Mas, afinal, o que é aura?

A aura é uma manifestação neurológica que se apresenta de forma gradual dentro do quadro de enxaqueca, e que pode tanto preceder a dor de cabeça quanto acontecer com ela. A palavra &ldquoaura&rdquo não determina um lugar específico de atuação, ela pode acontecer em diversas partes do corpo e de muitas maneiras. No caso da enxaqueca, três tipos de aura são comuns: visual, sensitiva e de fala e/ou linguagem.³

A aura visual é a mais frequente nos casos de enxaqueca e tem sua manifestação na vista em diversas formas, como:

• pontos pretos (escotomas)

• pontos brilhantes (cintilações)

• imagens em zigue-zague (espectros de fortificação) - aparecem em parte da visão e vão se espalhando e crescendo.³

A aura sensitiva é o segundo sintoma mais frequente, e parece como um formigamento ou dormência. Geralmente, afeta somente um lado do corpo e vai se espalhando progressivamente no decorrer do tempo. Os lugares do corpo mais comuns onde podem existir a manifestação são: na língua, nos braços e no rosto (porém, não necessariamente ao mesmo tempo).³

O terceiro tipo mais comum de aura na enxaqueca é a de fala e/ou linguagem. Nesse caso, a pessoa apresenta dificuldades de pronunciar algumas palavras (disartria), e também tem dificuldade de expressar o que está pensando por meio de palavras, que soam incompreensíveis.³

Mesmo que a aura seja um dos sintomas da enxaqueca, ela pode aparecer com outros mais comuns, e os casos com ela não são os mais recorrentes. A maioria das pessoas sente a enxaqueca sem aura.³

Quais os outros sintomas da enxaqueca?

Os sintomas típicos dos casos de enxaqueca (com aura e/ou sem) são:

• dor latejante e pulsátil, geralmente, unilateral, com intensidade moderada ou forte

• náuseas

• vômitos

• fotofobia (hipersensibilidade à luz)

• osmofobia (hipersensibilidade à alguns aromas)

• irritabilidade

• depressão

• agitação.²

Os sintomas da enxaqueca podem durar de 4 a 72 horas. Inclusive, o tempo de duração tem bastante peso na descoberta da doença, uma vez que, para fazer o diagnóstico, o médico responsável considera a duração, a intensidade da dor, o histórico familiar e a presença de 3 ou 4 dos sintomas descritos acima.²

Qual o tratamento para a enxaqueca?

Antes da indicação do melhor tratamento pelo médico neurologista, é recomendado fazer um diário da dor de cabeça. Com as informações do diário, a descrição do quadro pelo paciente e o exame físico para a procura dos pontos gatilhos da dor (na cabeça, face e pescoço), o tratamento mais adequado pode ser diagnosticado com precisão. Existem dois tratamentos que podem ser indicados para lidar com a enxaqueca: o abortivo e o profilático.⁴

O abortivo tem a função de eliminar os sintomas assim que eles acontecem, ele pode ser feito com uso de anti-inflamatórios, injeção de lidocaína nos pontos gatilhos e triptanos associados aos anti-inflamatórios tudo depende da indicação médica e do tipo do caso. Já o profilático previne as crises de enxaqueca e/ou diminui a intensidade delas. Para esse tipo, os médicos recomendam remédios antiepiléticos, neuromoduladores, betabloqueadores, antidepressivos ou anti-vertiginosos.⁴

Também é possível utilizar tratamentos alternativos para ajudar com as crises de enxaqueca. Entretanto, eles são focados em tratar os possíveis gatilhos e não a doença. Ao optar por esse tipo, é preciso identificar qual estímulo desencadeia a crise de enxaqueca. Se for o caso do estresse e insônia, por exemplo, uma boa opção é associar ao tratamento médico a yoga e/ou a meditação.⁴

A enxaqueca é uma doença incapacitante, por isso, assim que identificar os sintomas, é necessário procurar um tratamento o mais rápido para que não prolongue o quadro. Com o acompanhamento certo, é possível conviver bem com a doença.

Escolha viver melhor e sem dor de cabeça, preze pela sua saúde e tenha hábitos saudáveis: prolongue os bons dias!