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Publicado em: 30/06/2025 - Atualizado em: 30/06/2025
A notícia de que uma mulher de 29 anos recebeu o diagnóstico de Mpox na cidade de São Paulo em fevereiro de 2025 alarmou a população brasileira. A Mpox, que ficou amplamente conhecida como “varíola dos macacos”, é uma doença zoonótica viral. Ou seja, a transmissão pode ocorrer de animais para humanos. 1,2
A paciente apresentou suspeita após ter contato com uma pessoa proveniente da República Democrática do Congo, região com grande concentração de casos. Ela foi contaminada com a nova cepa da Mpox, que ganhou o nome de Clado 1B.
Diante de tantas informações, surgem dúvidas acerca dos riscos e gravidade da situação. Para conter o pânico e restabelecer a calma, informação de qualidade é a melhor estratégia. Por isso, fique até o final deste artigo e saiba o que é, como se proteger e quais são os principais sintomas da Mpox.
Resumo
Não há um remédio específico contra o vírus, somente controle dos sintomas. Embora exista vacina, a imunização em massa ainda é inviável em função do alto custo. 1
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A Mpox é uma doença zoonótica viral causada pelo vírus monkeypox, que pertence ao gênero orthopoxvírus. O primeiro registro em seres humanos ocorreu em 1970, na República Democrática do Congo, em um bebê de nove meses. Desde então, casos esporádicos são reportados no continente africano, principalmente em áreas rurais e regiões de floresta. 1,2
Em 2022, no entanto, ocorreu a disseminação para outros continentes. A primeira notificação foi em Londres, na Inglaterra. O surto continuou e, somente no Brasil, foram mais de 10 mil registros de casos naquela época, entre suspeitas e confirmações. 3
Na época, a maioria das pessoas eram portadoras da variante Clado 2, considerada menos grave e com baixa taxa de letalidade (cerca de 1%). A principal circulação deste tipo de vírus é na região ocidental do continente africano. 4
O período de incubação do vírus, ou seja, o tempo entre a contaminação e o início dos sintomas é de 5 a 21 dias. Os sintomas da Mpox podem variar. Os mais recorrentes entre os pacientes são: 1,2
A dor de cabeça da Mpox é um desconforto muito comum e pode ter intensidade leve ou moderada e aparece logo nos primeiros dias de manifestação da doença. Analgésicos com substâncias como a Dipirona são capazes de reduzir o problema. Por isso, pode ser confundido com outras questões como um quadro gripal simples, por exemplo.
4
Já as feridas normalmente começam no rosto e se espalham pelo corpo por volta do terceiro ou quarto dia de infecção. Mas podem atingir outras áreas que tiveram contato com o vírus, como as genitálias. Palmas das mãos, solas dos pés, rosto, boca, garganta e ânus também podem sofrer com as erupções. 4
As lesões evoluem por diferentes estágios. Começam como feridas planas, se tornam bolhas que causam coceira ou dor e, por fim, secam e caem. 1,2,4
Os sintomas da Mpox também podem incluir dificuldade para engolir, dor ao urinar e inchaço no reto. 4
Em agosto de 2024, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. O anúncio ocorreu diante do aumento significativo dos casos no continente africano. Já em março de 2025, veio a identificação da nova cepa do vírus, a Clado 1B. 3
Os estudos ainda estão em andamento, mas o que se sabe é que a essa variante tem um potencial maior de propagação. Também se especula que sua taxa de mortalidade seria maior e chegaria a 10%. No entanto, esse percentual não foi verificado até o momento. Outro fator preocupante é que a mutação do vírus também seria capaz de se disseminar por relações sexuais, da mesma forma que aconteceu em 2022 com a Clado 2. 3,4
A transmissão da Mpox se dá pelo contato com as lesões de pacientes contaminados e fluidos corporais, como saliva e secreções respiratórias. Ou seja, gotículas que saem no espirro, por exemplo. Por isso, algumas atitudes simples contribuem para se proteger contra o vírus: 2,4
Lembre-se de que a maioria das pessoas se cura num prazo de 2 a 4 semanas. Portanto, siga as orientações médicas e respeite o isolamento, em caso de contaminação. Caso você não possa evitar estar no mesmo ambiente que outras pessoas, tome as seguintes precauções: 4
Ainda não existe um medicamento específico para a Mpox. Em geral, o tratamento para a doença envolve somente o controle dos sintomas para deixar o paciente mais confortável e prevenir sequelas a longo prazo. Neste sentido, os médicos podem utilizar analgésicos e antitérmicos, como a Dipirona, além de aplicar anestésicos tópicos nas regiões do corpo com erupções.
Depois que as feridas estão totalmente secas, o indivíduo já não é mais capaz de transmitir a infecção e pode sair do isolamento. Esse processo pode demorar até 6 semanas e varia conforme o organismo de cada paciente. 1,2,4
Atualmente, já existem vacinas contra a Mpox. No entanto, a aplicação ainda não é feita de forma massiva em função dos custos do imunizante. O Brasil aplicou 29 mil doses desde 2023. A prioridade são pessoas com sistema imunológico enfraquecido, tais como gestantes, lactantes e portadores de HIV. 1
Para possibilitar maior cobertura vacinal, o país trabalha no desenvolvimento de uma vacina própria. O Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) já trabalha há dois anos no projeto, que recebeu aval para iniciar a fase de teste em seres humanos.
Agora que você já sabe o que é a Mpox e como o vírus pode se manifestar, fica mais fácil se proteger e contribuir para conter o avanço da doença.
Caso apresente os sintomas e suspeite da contaminação, mantenha a calma e procure o serviço de saúde. A maioria dos pacientes têm desconfortos leves ou moderados e se recuperam plenamente. Evite o pânico que as notícias falsas causam e acompanhe os boletins e orientações dos órgãos oficiais de saúde.
Formado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Santo Amaro em 1994, com residência em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, concluída em 1996. Atuou na liderança de unidades hospitalares e maternidades entre 2004 e 2005, onde adquiriu sólida vivência em gestão médico-hospitalar.
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